a moldagem de um molde pra se moldar o quebra cabeça infinito do molde



Vamos imaginar que começamos a desenvolver armas e estilos de caça que fariam, mais tarde, todos os outros seres vivos do planeta ficarem abaixo de nós na cadeia alimentar. Acompanhado das descobertas, temos as formações de linguagens que nos dão o poder de começar a dar nome pra tudo que nos cerca, em seguida, levamos em conta o fato de encaramos o fato de tentativas, que nunca obtinham cem por cento de sucesso, de organização da sociedade em busca de padronização e unificação de buscas falhas de identidade. Não acha que muitas vezes, o que pode originar um "problema" esta no fato de querermos rotular tudo que nos cerca?

A mente sempre tenta associar algo a alguma outra coisa, com o intuito de dar identidade aquilo, rotulamos músicas diferentes de autores diferentes a um "estilo", rotulamos tipos de "conhecimento necessário pra conviver em sociedade" como matérias escolares, separamos sensações do paladar como sabores, entre muito mais coisas. Acredito que isso pode vir um tanto do ego do ser humano, porque mesmo sendo algo que a alguns olhos possa parecer "problemático", é o que cria a arte da tentativa de busca de uma definição da busca de identidade de algo, titúlos de disco, titúlos de filmes mesmo podem ser exemplo disso e indo um pouco mais a fundo, a criação deles. As palavras expressam sentimentos e frustrações que acabam dando em arte, que são tatuagens permanentes na linha do tempo da nossa vida. No fim das contas todo esse monte de mentiras do nosso ego e essa busca a identidade, que aparentam ser problemas, são bons... Mesmo causando discórdia, é o que da a graça também a muitas conversas trocadas em bares ou em portas de super-mercados... Continuem procurando as peças desse quebra-cabeça, porque ele é infinito, e você, no fundo, nunca entenderá a junção de todas essas peças.

O foda é que ás vezes você conseguindo ver tanto sentido em tudo, você perde a felicidade de apreciar as simplicidades da vida, faça sua escolha, ser feliz ou esclarecido?

ouvindo: The Whitest Boy Alive - Above You

Cayo.

Resto do Post

acho que finalmente vou poder virar um super sayajin e ter pokémons ou pilotar mechas!



Talvez eu tenha descoberto que seres humanos podem ter os poderes que são mostrados nesses desenhos japoneses que as televisões dizem que influenciam as crianças a serem mais violentas e tudo mais, e acho que não sou só eu que tenho esse poder, todos que expelem alguma expressão pra fora da alma de alguma forma, também tem. Não pensava assim antes de assistir BECK, é um pensamento que me leva diretamente a minha infância, a qual eu tanto gostaria de ter os poderes que os personagens que eu acompanhava na televisão tinham, no meu caso (e não só no meu), esse poder é a música, e quem esta lendo isso e também faz música por acaso, só dou boas vindas para o personagem de anime mega poderoso que você sempre quis ser estar finalmente vindo para sua realidade.

BECK é um anime curto, tem apenas 26 episódios, mas o que me atraiu pra vê-lo, foi o fato de uns amigos meus que tocam já terem comentado frenéticamente sobre o seu final (que realmente, é muito bom). O personagem principal é o Koyuki, ele é um estudante tímido, tem extrema dificuldade de se encaixar com as outras pessoas, depois que ele conhece Ryusukke, guitarrista da banda "Serial Mama", ele fica decidido a aprender guitarra e a cantar, o anime vai se desenrolando, e a banda BECK se forma! O legal é que da pra perceber que há personagens inspirados em músicos de bandas famosas! Eu pelo menos percebi um inspirado no Zack De La Rocha (Rage Against The Machine) e outro inspirado no Flea (Red Hot Chilly Peppers). É empolgante demais a forma como você acaba ficando junto da banda quando ela está no palco, torcendo por eles, durante o período que eu assisti BECK, eu sempre pensava em todos os meus projetos músicais durante os episódios, muito inspirador. As músicas das bandas virtuais são muito maneiras! Depois que terminei o anime, me peguei viciado em várias músicas das bandas pertencentes ao anime, são bem divertidas, e o legal, é que eles encaixaram até algumas bandas virtuais na história da música da realidade, na verdade, durante o anime todo podemos ver referências de bandas em todos os lugares, citações de músicos, camisetas de banda, e até mesmo cover de uma grande banda, eu até falaria, mas acho que prefiro deixar você ver por si só, caso tenha vontade.



O que mais me chamou a atenção no anime, foi o que citei no começo do post, o fato de que na época que eu acompanhava os episódios, eu acabava por pensar na minha vida musical de ensaios, gravações e shows em algo próximo de super-poderes! E acredite ou não, é mais ou menos por aí, me lembrou um pouco de um texto que li sobre o "Um Só Caminho", cada um tem seu caminho, o médico pela cura, o pintor pela pintura, o ator pela atuação, o escritor pela poesia, enfim... Agora imagine que você é um... ãhm... (o que você pode ser?) um dente, vivendo numa população de dentes! E você é um idealizador de modelos de escova de dentes! Agora digamos que você e todos os outros dentes IMED (vamos botar esse nome gigante em sigla) participam de um torneio como aquele do começo da saga Majin-Boo do Dragon Ball Z, lutando pela liderança das vendas... Aí do nada, uma bola preta e do mal chamada Kárie-Boo (entendeu o trocadilho?), começa a ameaçar os dentes de todo o mundo, e você, como idealizador de modelos de escova de dente deve lutar contra ele para salvar a população do mundo da destruição, e pra isso, você precisa juntar as 12 esferas feitas de pasta de dente! Voltando a realidade, acho que vocês entenderam o que eu quis dizer, se não entendeu, tente fazer sua mente voar um pouco, porque é essa imaginação que nos motiva a viver, se não fosse por ela, você teria um espaço em branco na sua mente no lugar de desejar coisas! Então, mãos a obra, é hora de você pegar a guitarra, ou o microfone, ou o papél, ou o photoshop ou a máquina de construir escovas de dentes e partir pra batalha!

King Crimson - Cat Food

Cayo.

é tudo um conto de fada, no final a página vai virar e tudo virará um conto de nada



Kanye West, lembro-me antes do incidente com a Taylor Swift, todas as pessoas as quais eu comentava dele falavam "Nossa, eu não gosto de rap, mas o Kanye West é muito bom", eu ouvia isso DEMAIS! Depois de uma simples falha na sua vida pessoal, o cara começou a ter uma legião de haters enorme. É o preço que se pega por deixar o seu ego te iludir que você tem mais direito que os outros por ser famoso. Não concordei com a atitude dele de ter pego o microfone da mão da Taylor Swift pra defender sua opinião, e até acho que se fosse pra eu comentar disso aqui no blog, eu teria chegado no mínimo, atrasado demais... Porque o ponto que eu quero chegar, é que por mais que ele tenha dado uma falha como pessoa, isso não significa que o West é um artista ruim, o cara produziu vários emcees do underground como Talib Kweli, Mos Def, Kid Cudi, Jay-Z e Common (se vocês não conhecem, todos são grandes artistas)... No trabalho desse último, em um de seus álbuns, West finalizou as batidas do falecido Jay-Dilla, que é considerado por muitos no rap como o maior produtor de batidas que ja existiu, sem falar que suas letras, desde o primeiro disco, são muito boas! Inovaram muita coisa no rap, que sempre foi feito de muita mesmice... Até seu último álbum "808's & Heartbreak" foi um grande disco, muitos diziam que o trabalho era pop e que ele estava forçando, acho que o trabalho foi inovador, mas cada qual com sua opinião né.


Curta do Kanye West que eu descrevo e comento abaixo "We Were Once a Fairytale" pra quem quiser ver.

No ano passado, Spike Jonze (o mesmo que eu citei a uns posts atrás, que dirigou o filme "Onde Vivem os Monstros") dirigiu um curta-metragem do rapper, chamado "We Were Once a Fairytale", o curta é bem simples, e não tem nada que chame uma grande atenção por efeitos especiais ou um roteiro fascinante que vai te fazer pensar dias e dias, mas fiquei tentando interpretar o que ele quis passar no vídeo. O curta começa com o West bêbado numa boate, sentado, e duas mulheres vem trazer um champagne pra ele, ele insiste em pagar dizendo que tem muito dinheiro no bolso (sinal de pseudo-grandeza 1 detectado). Logo depois, começa a tocar um som dele "See You In My Nightmares" (o curta é um pseudo-clipe da música), e ele começa a falar pras pessoas "Esta é minha música! Fui eu quem a escreveu!" (sinal de pseudo-grandeza 2 detectado). Ele chega a abraçar uma mulher e chorar no ombro dela, uma perfeita mostra de que por mais que ele tenha a fama e o sucesso, isso nunca vai fazer dele um cara completo. Mas realmente, ele ter escrito tudo que ele escreveu não o faz melhor que ninguém. Alguns deixam a fama e o reconhecimento subirem a cabeça, como se já cansamos de ver no mundo da música pop, mas voltando ao curta... West depois aparece curtindo e cantando sua música na pista da boate, até a hora que ele vai para um quarto, e começa a sonhar que estava transando com uma mulher, depois de também chorar no ombro dela, quando ele acorda, ele se encontra de cuecas e vendo que estava transando com as almofadas do sofá do quarto que ele entrou (sinal de derrota 1). Quando o West fez o 808's & Heartbreak, muito dele foi para a sua ex-mulher "Alexis Phifer", que o abandonou, assim como também foi para a morte de sua mãe. Acho que o West nessa cena quis mostrar como ao satisfazer sua vontade sexual estava ocupando o lugar da sua ex mulher, mas no fundo, tudo não passava de uma ilusão... Acredito que funcione como as drogas, você se droga pra se enganar e alterar a percepção da realidade... Tudo bem se você tiver consciência de você esta fugindo do "Mad World" que o rodeia, você estará seguro se tiver noção disso. Agora se você utiliza isso como uma fuga, sem saber que independente de você estar bem naquele momento, a vida vai continuar sofrida, aí você esta tão perdido quanto o West... Agora voltando novamente ao curta. Depois dessa cena que ele acorda com as almofadas, ele vai correndo para o banheiro, aonde começa a vomitar pétalas, algo que eu interpretei como o amor de sua mãe e de sua ex mulher preso no peito, e que naquela hora... Ele vomitou, pois estava sofrendo as consequências de ter que estar buscando o estado raro de felicidade em tudo que alimentava seu ego e o fazia se sentir superior quando na verdade, tudo era uma mentira... Estava passando mal com toda aquela verdade de que não fazia sentido algum. Caído no chão, Kanye acha uma faca debaixo da pia, ele a pega e corta sua barriga olhando pro espelho, ele bota a mão no buraco que ele abriu, e tira um pequeno monstro... Que eu interpretei como se fosse o monstro que se criou com base na busca da felicidade que ele tinha no passado, como se fosse um apego aos seus pontos de sentido na vida que não existiam mais, afinal, ele estava com uma espécie de veia, que parece que o linkava as pétalas (aliás, é legal reparar que o monstro que sai do Kanye West parece MUITO com as criaturas de "Onde Vivem Os Monstros"). Kanye dá uma pequena faquinha que se escondia no punho da faca que ele cortou seu estomago, e o monstrinho faz o mesmo! Caindo no chão... e morrendo, assim como o monstro que buscava a falsa felicidade através do ego, com medo de enfrentar a realidade nova devido a ter se acostumado com o passado.



Ok, acho que tive que viajar um pouco pra chegar a uma interpretação fixa... Mas todos nós enfrentamos uma batalha com nosso ego dia após dia. Acredito que o fato do Kanye ter tido problemas com o ego foi gerado porque ele se sentia só e triste, pela perda tanto da sua mãe, quanto de sua ex mulher, ele se sentia fraco... E buscava se sentir forte pela fama e reconhecimento. Acho que no fundo não devemos nos preocupar né? Por mais que a gente perca nossa mãe, ou nossa mulher nos largue (coisa que provavelmente ja aconteceu com você), a vida continua! E você é obrigado a conviver com as suas perdas, sem temer o novo.


Clipe novo do Kanye West, da música "Coldest Winter" do disco "808's & Heartbreaks"

Elogios, vitórias, e babação de ovo não te acrescentam muita coisa, nada mais que uma leve felicidade no momento e uma lembrança na sua mente. Isso me leva direto a filosofia que aprendi nas batalhas de rap, quando eu vencia uma batalha, muita gente me elogiava, falava que eu rimei pra caralho e tudo mais... Agora quando eu perdia, minha noite acabava, no máximo elogios de consolação, ou então "você mereceu ganhar, mas a platéia não votou", mas garanto que me acostumar e conviver com a derrota que fez de mim um vitorioso, você não vai ficar o tempo todo da sua vida por cima, você vai cair muitas e muitas vezes... E não adianta o porto seguro que você tiver (no caso do West, era a fama), você continua sendo um derrotado independente dele. E garanto, que os maiores perdedores, aqueles que enfrentam tudo sem medo da derrota, as pessoas que viraram parceiras do fracasso, consequentemente são os maiores vencedores que caminham na atmosfera terrestre. E por fim, não é porque o Kanye West fez coisas que não me agradou que vou começar a não gostar da música dele, o cara é um grande artista, independente do maldito ego dele, até porque, admirar os caras que idealizaram ao invés dos idéais não é uma filosofia que faz muito sentido pra mim.

ouvindo: Kanye West - See You In My Nightmares (feat Lil' Wayne)

Cayo.

pelo menos matamos o tédio um do outro...



É estranho... Alguém acha um caderno, mentaliza a face do ser, em combinação com o nome da vítima escrito no caderno, a pessoa estará morta, o fato da face ter de ser mentalizada faz com que nenhuma pessoa com o mesmo nome morra por engano. Se a causa da morte for escrita até 40 segundos depois que o nome for escrito, a causa ocorrerá, desde que não seja impossível... Caso contrário, a pessoa morre de ataque cardíaco. O humano que tocar no caderno assim que ele chegar no nosso mundo, se torna automáticamente, o novo propietário do mesmo, e o dono também poderá ouvir e ver o shinigami (deus da morte) que foi o propietário original do caderno no mundo dos Shinigamis. Quem utiliza o Death Note não pode ir nem para o céu, e nem para o inferno. O material de escrita pode ser qualquer um, desde que o nome da vítima esteja legível. Mesmo não tendo posse, qualquer ser humano pode escrever o nome de alguém no caderno e causar o mesmo efeito a pessoa. Uma página ou pedaço do Death Note, tem o mesmo efeito que o caderno em si. O humano que usar o Death Note, após sua morte, irá ao mesmo destino das pessoas mortas por ele, nesse caso, o vazio.

Essas são algumas das regras do Death Note, como você ja sabe (ou ja sabia antes de ler o páragrafo acima). O anime tem enfâse na investigação, diferente da sua grande maioria, aqui não são vistas lutas, mesmo que ainda role cenas de ação. O legal dele, é que ele te faz pensar com uma visão mais analítica nas situações do dia a dia. Tudo começa quando um garoto chamado Light Yagami acha o caderno no mundo dos humanos, e começa a escrever nomes de criminosos para tornar o mundo um lugar melhor. Acompanhado pelo shinigami Ryukki (que é viciado em maçãs). A polícia começa a reparar nessas inúmeras mortes por parada cardíaca, e logo, o Kira (nome do assasino que mata utilizando o caderno), começa a ser perseguido pelo detetive L. Acho que essa é a base da história, no próximo páragrafo eu quero comentar avisando que eu posso acabar spoileando algumas coisas, mas vou tentar ser sutil. Caso se pretenda ver o anime algum dia da sua vida e acha que vale a pena se arriscar ao ler o próximo parágrafo, siga em frente, caso contrário... esteja avisado.



Light queria criar um mundo aonde só os "justos" vivessem, tendo como classificação de justo, aquele que não comete crimes, ou não falta com o respeito de forma extrema com outro ser humano, Light só estava lutando pelo que ELE achava certo. Por mais que o mundo ache que você esta errado, se você acreditar em alguma coisa, deve ir até o final... Isso até me lembra uma letra do Medulla "I Was A Monster", que fala de um terrorista que tenta provar pra sua amada que ele luta pelo que acha certo, não importa o que ele faça, claro, acredito que o mundo irá acabar dando a ele as consequências, é a tal da lei da ação e reação, também conhecida como o karma. Temos nosso livre arbítrio, e até mesmo Light estava usufruindo do seu livre arbítrio quando tomou a escolha de escrever os nomes dos criminosos para criar um "mundo livre do mal", claro que no fim de tudo, ele acabou tendo que aturar as consequências do que ele fez. É interessante o fato do Ryukki repetir durante o anime inteiro "Como os humanos são fascinantes", realmente, somos fascinantes, o fato de cada um achar que estar certo e é melhor que o outro faz a gente lutar de uma forma bizarra. No caso visto no anime, a luta era silenciosa, feita por investigação, mas acho que Ryukki se referia também aos conflitos armados que temos no nosso mundo, ataques terroristas, e tudo pelo qual acabamos ferindo e nos destruindo só para provar que estamos mais certos e que somos melhores que o próximo. Acho que o anime mostrou a trajetória do Light como a trajetória de qualquer ser humano... Nós vivemos, lutamos a qualquer custo pelo que nós acreditamos, e no final, morremos... E tudo vira um vazio. O mundo é como um playground, e você tem ele disponível para se divertir e aproveitar (ou não) a vida como quiser... Entrando na fila pra brincar no balanço, ou então, furando-a. Achei foda a frase que o Ryukki diz no final: "Foi bom o quanto durou, aliviamos o tédio um do outro por um tempo... É Light... Foi interessante." É como a vida, tudo é vazio, e só estamos aqui matando nosso tédio de alguma forma. Agora, de uma outra visão, analizando o fato do Light determinar o que é certo e errado, muitas vezes a sociedade precisa disso, precisa ser controlada, precisa ter alguma opinião predominante em suas vidas pra ser generalizada como a verdade absoluta, claro que essa tal verdade absoluta não existe, mas é uma espécie de rédia na sociedade, se todos nós tivessemos pensamento livre, realmente, o mundo poderia beirar o caos, eu aprecio muito a idéia de livre escolha da anarquia, mas acho que não daria certo no mundo em que vivemos, não sabemos respeitar a opinião alheia, e se algum dia respeitarmos, provavelmente será tarde demais. O meu personagem favorito definitivamente foi o L, muito foda a forma como ele analisava tudo, apesar de que algumas analíses dele eram meio absurdar dele saber, mas não questiono nada, isso é ficção! Hahaha. Legal que o L veio de um orfanato de super dotados que o Watari fundou... E depois que o L morreu, tinham crianças prontas para substituí-lo como detetive, brilhante! Quem iria suspeitar de crianças? Se bem que se eu morasse no Japão, de ver o que eu vejo em animes, eu teria mais medo de crianças do que de qualquer coisa.



Foi bem legal acompanhar o anime, acho que ele não mantém o nível intenso que é mostrado no começo, mas no geral, é bem legal, me levou a refletir bastante e agir de maneira análitica, graças as investigações loucas que acontecem no desenho. Agora se coloquem na situação de Light, e se você tivesse um Death Note? Quem você mataria? Volta e meia eu me peguei pensando que se eu tivesse um Death Note mataria tais pessoas que apareceram na minha cabeça, mas acho que não preciso disso, deixem esses pedaços de carne andando por aí, se alguma merda acontecer na minha vida por causa deles, será apenas o acaso de duas energias que tem conceitos de certo e errado estarem colidindo, como eu disse... O mundo é um playground, mesmo que ás vezes o seu brinquedo preferido esteja lotado de pessoas ou então, algum valentão do parquinho tenha destruído o trepa-trepa (ok, isso foi bem sugestivo, melhor parar por aqui).

ouvindo: Dead Fish - Bem Vindo Ao Clube

Cayo.

Resto do Post

organize seus fichários, não fale palavrão, não faça nada que tiver não na frente... agora imagine tudo isso na visão pessimista de um derrotado



Hoje voltei as aulas! É engraçado, ter 19 anos e estudar num supletivo do primeiro ano do ensino médio, não que eu seja melhor ou mais maduro que ninguém, mas é cômica a forma que as pessoas ainda jogam bolinhas de papél umas nas outras e classificam os amiguinhos que preferem ficar calados de nerds. Desde a época do maternal, sempre nos obrigam a organizar os cadernos pelas matérias certas, nos obrigam a não falar palavrão na sala, nos obrigam a ser amigo de todos, a se alguém bater na gente, ir direto falar com a professora, porque revidar é coisa de quem quer plantar maldade no mundo. É engraçado que os alunos que seguem isso no seco, viram pessoas mega introspectivas, sozinhas e desvalorizadas pelos outros ao seu redor, claro que acabam formados e cheio de dinheiro no banco! Mas e daí? Muito bonita sua grana no banco, senhor empresário! Mas acho que você poderia ter aproveitado mais sua vida na infância/adolescência.

O engraçado é que muitos por não seguirem o padrão de comportamento da escola (o que cá entre nós, é MUITO mais provável), acabam fazendo completamente o inverso do que eles te instruem a fazer, como um ato de rebeldia sem nenhuma causa aparente. Mas o sistema escolar não é nada mais, nada menos que o sistema da nossa sociedade aplicado de uma forma menor, pra desde que somos fetos aprendermos a crescer nas regras de uma sociedade pseudo-perfeita, aonde sempre vai existir melhor e pior (será que você é mesmo inferior devida a sua nota ser menor que a do amigo que ficou em cima de você na tabela?). Os fichários que eram pra ser organizados com as matérias em ordem dos tempos e das apostilas bimestrais acabam sendo organizados com desenhos e folhas de death note com o nome dos coleguinhas que são diferentes. E toda aquela amizade que as professoras mandavam você pregar acabam virando em vários casos, um caos! Talvez se a escola fosse um ambiente o qual você não fosse obrigado a sentar numa cadeira e escutar um cara falar o que é certo e errado durante horas e horas, você conseguisse desenvolver melhor sua opinião própia, ao invés disso, pelo visto, vamos continuar ainda durante muito tempo sendo obrigados a ouvir e não falar.



E basicamente, os que sentam e escutam, não opinam e não falam, são os que vencem nesse sistema, pessoas que tomam a posição de passivas a vida inteira, isso se vencer não significa aproveitar. Faço questão de ouvir todo dia o hino dos derrotados, ser o hino dos derrotados, que pode ser expressado de qualquer forma, porque não tem que se enquadrar nos padrões de vencedor. Sei que ser um mal aluno não é uma boa saída, afinal quero cursar uma faculdade, do fundo minha alma, mas não me sinto menos que ninguém pelo fato de estar cursando o primeiro ano e ter 19 anos, o que eu aprendi nesse tempo todo que tive dificuldades com a escola, me fizeram compreendar muita coisa além, agora eu sou um vírus infiltrado, e acho que nenhum anti-vírus vai me descobrir, porque idéias são imortais. E apesar de todas essas merdas que somos obrigados a enfrentar no sistema de estudo nacional, garanto que tanto pra mim, quanto pra vocês, tanto pros vitoriosos, quanto para os derrotados, freqüentar a escola é uma experiência divertida, porque se foder também faz parte.

Ouvindo: Queens Of The Stone Age - Sky Is Falling

Cayo.

acho que a reposta é dentro de cada um de nós...



Internet é a fonte, digo, através dela... Eu posso nunca mais sair de casa e me divertir pro resto da vida, baixando filmes, músicas, baixando até uma namorada compactada num arquivo RAR (ok, não vou exagerar). Mas foi numa dessas que baixei o filme "Onde Vivem Os Monstros", que me atraiu pelo visual bonito que eu vi nos trailers. O filme foi dirigido por "Spike Jonze", o mesmo diretor do curta/clipe "We Were Once A Fairytale" do Kanye West, assim como de outros clipes de bandas e artistas como Beastie Boys, Björk, Daft Punk, Fatboy Slim, Sonic Youth, Weezer, Notorious B.I.G., REM e outros. Além de ter sido o co-criador e produtor da série e do filme "Jackass" (lol).

Acho que qualquer um que assiste se identifica rapidamente com a criança do filme, que claramente tem problemas em se relacionar com as pessoas (em especial, sua família). Apesar disso, ele se mostra dono de uma mente muito criativa, é legal ver o mundo que ele cria com o que ele tem disponível ao seu redor, como o seu iglu e a cabaninha que vira uma nave mãe que vai decolar para salvar todos da casa. Depois dele brigar com sua mãe porque não gosta de milho congelado, Max (o protagonista), vai para uma ilha... A qual monstros estranhos moram. Os monstros habitantes da ilha funcionam como representações de suas frustrações, é claro que Carol (o monstro que o protagonista mais se apega) representa o gênio violento e instável do Max, basta linkar a cena que ele destrói o quarto da irmã com a cena que Carol esta destruindo as casas dos monstros pelo motivo que KW estava com seus novos amigos. Algo que lembra também a relação de Max com sua irmã. Max se auto-intitula o rei da ilha, algo que parece que ele sempre quis ser na vida real, e acho que todos nós, algum dia na nossa infância, na verdade, algo que grande parte de nós foi na infância, viviamos num mundo completamente nosso, onde o que a gente acreditava podia ser verdade absoluta sem nenhuma influência do maldito mundo exterior, ou as vezes, o mundo exterior ja ajudava a destruir nossos sonhos na infância também, acho que não podemos escapar da realidade de viver em conjunto né?



O ponto que mais me cativou no filme foi o fato dele reativar grandes lembranças que tinha de quando eu era menor, daquelas fases onde você imaginava de tudo possível sem nenhuma barreira te limitar, aonde em momentos do dia a dia, você se colocava em situações que nunca existiriam, mas você fazia acontecer dentro de sua cabeça, e isso refletia em suas brincadeiras, desenhos, histórias, conversas com amigos e todo o resto de expressão da sua mente. Acho que Max conseguiu colocar todos os monstros que pareciam assombrosos do seu lado, e se divertir com eles, até fez eles concretizarem algumas das suas vontades. Acho que é como a vida, temos nossos monstros e medos, mas só conseguimos concretizar o que temos vontade quando andamos lado a lado com o que nós tememos. Acho que se Max gritasse e saísse correndo quando tivesse visto os monstros ele iria acabar sendo caçado e comido, certo? Quando você se ver preso numa ilha com monstros, tente conhecer todos os monstros que lhe rodeiam, faça amizade com eles, construa um forte com eles! Aposto que quando você tiver que abandonar aquela ilha, vai olhar pra trás e sentir um brilho e uma energia boa em todos aqueles monstros que te acompanharam no passado, e vai se sentir bem pelo fato de ter convivido com eles de ter feito amizade com eles, e até sentir falta deles!

Ouvindo: Big D And The Table Kids - Noise Complaint

Cayo.

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impossível irreal



Se imagine numa plataforma sem cercas no céu, estranho né? Agora imagine superfícies se elevando e complicando o chão que você esta pisando fazendo relevos bizarros crescerem, mais estranho ainda né? Agora imagine um sol escaldante em cima de você e dessa superfície, fazendo sua garganta secar e você desejar água mais do que tudo na vida, estranho e tenso talvez? Agora imagina uma vista aonde carros parecem migalhas do trakinas que você deixou cair na sua bancada do PC... Agora vamos supor que você pra chegar nessa plataforma, teve que fazer uma escalada que te deixou destruído e você não quer mais se movimentar, mas sabe que você vai ter que fazer essa escalada de forma reversa pra poder voltar a sua "vida normal". Achou que eu estou drogado digitando esse texto na frente do PC? Não mano, só estou relatando a experiência que é subir a pedra da gávea.

Já tinha subido uma vez, no ano passado. Quando cheguei lá em cima, senti uma sensação de: "legal, to vendo o Rio de Janeiro inteiro, mas e daí?". Vamos ver a situação da seguinte maneira: há um diário numa gaveta trancada com chave, e o ser humano não vai se sentir confortável sabendo que tem algo que ele não pode ver ou alcançar, provavelmente vai fazer de tudo pra poder arrombar a fechadura e conseguir checar o que esta escrito dentro do diário... É bizarro, mas ao mesmo tempo que faz sentido, é o instinto curioso, um instinto movendo a mente para não deixar nada lhe dar limites, também a mesma coisa que fez as terras serem descobertas através de navegações. Não acho que isso é um crime, acho fascinante! Basicamente podemos ver como se o ser em questão arriscasse a sua vida para chegar a um lugar visto como inalcansável... Isso que motiva a N.A.S.A. a tanto tentar pisar em marte. Claro que tudo isso tem que ser feito com alguma estratégia que dê firmeza e certeza de que não há riscos de falha, a mesma tática que usei nas partes que eram necessárias dotes de escalador na pedra da gávea, buscava estar sempre com os pés firmes para poder dar o impulso com as mãos. Isso me lembra a filosofia do Parkour, de você traçar uma meta antes de sair fazendo os movimentos sem pensar, aliada a capacidade de percepção do que é possível, o ser humano pode conseguir atingir o que é visto como impossível. Com base nisso, acho que é possível definir que o impossível não existe! Pode ser viagem demais, mas não é tão viagem quanto você conseguir superar seus limites e chegar ao topo de uma pedra com uma altura relativamente grande.



As pessoas que chegam ao topo podem muito bem dar vasão ao medo, mas se esse espaço for dado para o medo, acredito que os escaladores vão acabar não chegando ao topo de suas pedras, ao invés disso, basta aliar-se ao medo que te limita e pensar numa possíbilidade de utiliza-lo como percepção do que te limita! E assim, escalar a vida em direção ao impossível.

ouvindo: Pink Floyd - Time

Cayo.

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