say hello to my little friend! (tomar na cufa II)


cortem as cabeças!

Mais um ano, mais um hútuz, e a mafia permanece firme e forte! Pra quem não sabe, nessa mesma epóca do ano passado escrevi um post mostrando a minha indignação com a CUFA (você pode ler esse post clicando AQUI, ele se encontra no meu antigo blog, não liguem pro layout desarrumado!). Esse ano também compareci novamente no evento que foi sediado mais uma vez no canecão, em botafogo. Para entrar era necessário convite, encontrando alguns conhecidos de eventos de rap, o DJ Bola mais uma vez conseguiu arrumar um convite que garantiu a entrada na minha segunda premiação do Hutúz, pelo menos a entrada é gratuita né?

Depois de marcar um tempo do lado de fora e trocar umas idéias com a galera do rap que não via a um tempo, entrei no canecão, e lá dentro estavam todas as "celebridades" do rap nacional e da música brasileira, Mano Brown, GOG, Rappin' Hood indo até Caetano Veloso, Sandra de Sá, Regina Casé... e claro, Eu (nemri)! Sentei numa mesa com uns amigos e a premiação começou, com uma batalha de rap com umas rimas bem convencionais que eu tanto ouvia nos eventos. Depois disso, tive que assistir a mil conversinhas ensaiadas entre o Netinho (aquele da Record) e a Nega Gizza, foi engraçado. Agora, chegando ao ponto que eu quero chegar, os premiados foram os de sempre! Novamente, Racionais ganhando um monte de prêmio (mesmo não lançando discos novos ou trabalhos novos que os façam merecer [na minha opinião, claro]), Mv Bill, Nega Gizza e Camila (que fazem parte da organização da CUFA) levaram um monte de prêmio também, detalhe, que a cada prêmio que a Camila ganhava (por ela e pelo MV, que não pôde comparecer, então ela recebia por ele), aturavamos rimas e mais rimas dela que ja martelaram nas nossas cabeças em diversas formas, mas todas querendo dizer a mesma coisa, foi engraçado o discurso do Mano Brown, que subiu no palco com o copo de whisky e a mente vagando por outra galáxia. Valeu a premiação só pra ver o GOG rimando "Brasil com P" acapela no microfone e pra ouvir "Rap du Bom Parte II" do Rappin Hood com o Caetano Veloso, uma música que eu sempre curti bastante, ta bom que o Caetano nem tava pilhado de cantar, ele demonstrou quando no palco viu se recusando a cantar alegando não ter ensaiado e não ter trazido equipamentos, sorte que esse é o mundo do rap e do improviso, então o DJ soltou a música e os dois cantaram por cima.


o prêmio #FAIL vai para o Rap Nacional! Porque nós que obrigamos os Mc's a seguirem padrões, e escreverem o que todo mundo ja cansou de ouvir e rejeitamos coisas novas.

Essa foi a última edição do Hutúz Rap Festival, não acho bom ser a última né, até porque esse evento virou um encontro de várias pessoas de várias localidades do Brasil pertencentes a cena do Rap Nacional. O que me deixa indignado foi não ver nenhum representante da cena do Rap Alternativo ali no palco, quer dizer, o rap já é escondido e ausente em todas as premiações de música brasileira, e na premiação que era pra abordar todos da cena do Rap Nacional (seja alternativa ou padronizada), só vemos as mesmas caras de sempre! Ou seja, evento presenciado pela platéia de sempre que sempre recebe os prêmios, e pra ser sincero, nada muito diferente da cena underground carioca. Me deixa indignado o fato de muita gente dessa galera (não vou generalizar, afinal, não são todos) serem preconceituosos com pessoas que não tem tanta semelhança a eles, rotulando quem não se encaixa nos padrões de "mano". Queria que a galera do rap fosse mais cabeça aberta, quem sabe assim teriamos menos fronteiras na música brasileira, o que consequentemente nos proporcionaria mais espaço, e mais apresentações nos diversos eventos que envolvem música em geral.

Esse ano não compareci a muitos eventos de rap, diferente dos anos anteriores, que sempre freqüentava batalhas e os shows da cena underground, o que contribuiu a isso, foi ver que muitos ali apertam a mesma tecla e não saem do lugar, além de ter cansado de ouvir as rimas de sempre. Gosto muito de rap, de fazer, de ouvir, de assistir a apresentações e tudo mais, muita gente diz que eu mudei, que fiquei diferente, alguns até me chamam de emo (WTF!?). Não preciso dar satisfação a ninguém, afinal, eu não tento ser nada... deixo a vida correr, e conseqüentemente sou um resultado desconhecido pra mim mesmo, até porque, se eu for ficar me preocupando com o que eu vou ser, não vou estar sendo, pois vou filtrar meus pensamentos que são o que eu sou de verdade para formar um ser artificial (ok, eu não consigo fazer isso com 100% de sucesso, mas eu tento, acredito que nenhum ser humano consiga, anyway). Nunca vou abandonar as rimas e nem os raps de improviso, tem dias que eu acordo rimando involuntáriamente, essa porra ta no meu sangue, queiram ou não acreditar. Ontem, voltando da casa de uma festa pseudo-alternativa (porque também ja viraram padronizadas) a trilha sonora do meu fone foi "Everything In Its Right Place" do Radiohead, ela me levou a refletir que tudo esta no seu devido lugar, nada se move, nada de novo acontece, sou obrigado a ver reprises da vida a cada dia que passa. A mudança é a lei da vida, e não temam o novo, uma hora ele chega, querendo ou não.

Cayo.

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