paranóia, robôs gigantes e festas de casamento



Solidão, quem nunca se sentiu sozinho? Um problema que com certeza já afetou 99.9% da população mundial, porque você se sente sozinho? Porque você precisa tanto de outro ser humano por perto para se sentir completo? Qual o sentido disso tudo? Porque você esta elndo esse texto? Com certeza existem muitos "Porques" e quase nenhuma resposta que confirme alguma coisa. A gente sofre sem sentido, o instinto e a emoção nos fazem agir de uma maneira estranha. Esses dias terminei de ver o anime "Evangelion", que tem um final que me fez refletir bastante. Já vou avisando, caso você não tenha visto o desenho e pretende ver, não leia o segundo parágrafo do post, porque vou Spoilear. Aconselho vocês a verem, só tem 26 episódios.



A história é protagonizada por Shinji Ikari, um adolescente de 14 anos que começa a pilotar robôs chamados de "Eva", para combater anjos, que vem ao mundo para causar a extinção da raça humana, como aconteceu num episódio prévio aos episódios do desenho, um desastre chamado "segundo impacto", uma espécie de Semi-Big Bang causado por um anjo, que mais tarde foi capturado por uma empresa secreta, nomearam o anjo de "Adão", e os robôs que as crianças escolhidas pilotam (junto com o Shinji, os outros dois pilotos são duas garotas chamadas Rei e Asuka) foram construidos com base no anjo que veio causar o segundo impacto, afim de botar em prática um projeto de unificação da humanidade, para assim, todos vivermos como um só. Complexo, não? O mais legal é que para pilotar os Evas, é necessário uma sincronia entre a alma do robô-anjo e do ego do piloto. O anime começa simples, dando enfâse as batalhas, os três personagens possuem estranhos problemas emocionais. Shinji perdeu a mãe e se afastou do pai, que é o dono da NERV (empresa que criou os Evas), Rei é uma garota extremamente introspectiva, que não tem um propósito para viver, Asuka meio que se obrigou a aceitar que a melhor maneira de se viver era sem ser apegado a ninguém, porém, no desenho ela se mostra incapaz de conseguir ser o que ela quer, o que faz ela ser uma pessoa arrogante e mandona. Acho que consegui resumir bem a história pra chegar no ponto que eu quero chegar, nos últimos episódios do verdadeiro final (existe um final alternativo, mas eu ainda não assisti), o foco do desenho se volta diretamente para a paranóia dos pilotos, aliás, é uma brainstorm de questionamentos com imagens muito loucas que te fazem viajar muito. Shinji esta se questionando mentalmente o motivo pelo qual pilota um eva, que ele não conseguiu responder pra si mesmo ao longo do anime, ele percebe que pilota para receber elogios e as pessoas, principalmente seu pai, gostarem dele, admirarem ele por algum motivo, tudo porque ele não quer se sentir sozinho. E o porque dos personagens se sentirem sós, é que precisamos dos outros para formamos a nossa própia identidade! É com base nos seres que convivemos que chegamos a uma falsa conclusão mental do que somos. Achei foda uma cena do último episódio, onde o Shinji se encontra num mundo completamente branco, sem nada, aquele ali é o mundo dele, onde só ele existe, ou seja, ele não consegue ser, porque não existem outros para ele se espelhar! Acredito que seja esse o motivo que nós, seres humanos nos sentimos sós, precisamos um dos outros para sermos alguma coisa, e é com base nisso, que se criaram as religiões e as crenças, precisamos de um deus, precisamos de um Jesus para nos servir de exemplo, sem a massa ter o exemplo de Jesus, é mais difícil formar uma identidade "certinha", né? Foi isso que concluí hoje filmando um casamento. Ainda ressalto que o legal do anime, é que a empresa e o própio desenho utilizamtermos "religiosos" como "Dogma", "Adão", "Eva", "Anjos", entre outros, vale a muito a pena assistir.


Esse é a parte final do último episódio (de um dos finais) de Evangelion, coloquei ele aqui pra quem se interessar de ver a parte do Shinji no seu mundo, que é completamente vazio. É logo no começo do vídeo.

Agora na boa, não gosto de igrejas, e trabalhando na filmagem de casamentos e festas no final desse ano de 2009, cheguei a conclusão de que cerimônias religiosas de casamento, e conseqüentemente as própias igrejas, são um consolo para a solidão que nós sentimos. O discurso do pastor que eu ouvi hoje pregava um apego emocional GIGANTESCO, e toda a paranóia do Shinji que eu assisti nos episódios finais de Evangelion vieram na minha cabeça. As pessoas, na minha visão, começam a freqüentar cultos religiosos porque eles preenxem o vazio, a falta de sentido, a solidão, e a busca de uma identidade que o mundo causa na mente das pessoas. A imagem de Jesus como um "Salvador" e ainda mais de ressaltarem que Jesus era semelhante a Deus, fazem todos se espelharem nele como um exemplo, e assim, criando-se a padronização generalizada do certo e errado. Como a bíblia e a igreja condena o uso de drogas, diz que a mulher tem de ser submissa ao homem, e não aprova o casamento gay, isso tudo começa a fazer parte da nossa vivência do dia a dia, além de criar um preconceito baseado nas palavras do padre/pastor na mente de muitos. É uma excelente forma de controlar o caos e a paranóia de solidão da humanidade, a igreja com certeza consegue fazer isso com sucesso! Sorte que ainda assim existem pensadores livres, que por mais que não consigam o ato de extrema perfeição de não sofrer, não se sentir sozinhos e ter uma identidade 100% própia (acredite, nenhum de vocês consegue ser você mesmo por completo) tentam atingir essa "perfeição", se é que existe perfeição. E foda-se tudo que eu escrevi aqui, porque no fim, nada disso importa.

Ouvindo: Stonephace - Yellow Brick Road

Cayo.

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