pelo menos matamos o tédio um do outro...



É estranho... Alguém acha um caderno, mentaliza a face do ser, em combinação com o nome da vítima escrito no caderno, a pessoa estará morta, o fato da face ter de ser mentalizada faz com que nenhuma pessoa com o mesmo nome morra por engano. Se a causa da morte for escrita até 40 segundos depois que o nome for escrito, a causa ocorrerá, desde que não seja impossível... Caso contrário, a pessoa morre de ataque cardíaco. O humano que tocar no caderno assim que ele chegar no nosso mundo, se torna automáticamente, o novo propietário do mesmo, e o dono também poderá ouvir e ver o shinigami (deus da morte) que foi o propietário original do caderno no mundo dos Shinigamis. Quem utiliza o Death Note não pode ir nem para o céu, e nem para o inferno. O material de escrita pode ser qualquer um, desde que o nome da vítima esteja legível. Mesmo não tendo posse, qualquer ser humano pode escrever o nome de alguém no caderno e causar o mesmo efeito a pessoa. Uma página ou pedaço do Death Note, tem o mesmo efeito que o caderno em si. O humano que usar o Death Note, após sua morte, irá ao mesmo destino das pessoas mortas por ele, nesse caso, o vazio.

Essas são algumas das regras do Death Note, como você ja sabe (ou ja sabia antes de ler o páragrafo acima). O anime tem enfâse na investigação, diferente da sua grande maioria, aqui não são vistas lutas, mesmo que ainda role cenas de ação. O legal dele, é que ele te faz pensar com uma visão mais analítica nas situações do dia a dia. Tudo começa quando um garoto chamado Light Yagami acha o caderno no mundo dos humanos, e começa a escrever nomes de criminosos para tornar o mundo um lugar melhor. Acompanhado pelo shinigami Ryukki (que é viciado em maçãs). A polícia começa a reparar nessas inúmeras mortes por parada cardíaca, e logo, o Kira (nome do assasino que mata utilizando o caderno), começa a ser perseguido pelo detetive L. Acho que essa é a base da história, no próximo páragrafo eu quero comentar avisando que eu posso acabar spoileando algumas coisas, mas vou tentar ser sutil. Caso se pretenda ver o anime algum dia da sua vida e acha que vale a pena se arriscar ao ler o próximo parágrafo, siga em frente, caso contrário... esteja avisado.



Light queria criar um mundo aonde só os "justos" vivessem, tendo como classificação de justo, aquele que não comete crimes, ou não falta com o respeito de forma extrema com outro ser humano, Light só estava lutando pelo que ELE achava certo. Por mais que o mundo ache que você esta errado, se você acreditar em alguma coisa, deve ir até o final... Isso até me lembra uma letra do Medulla "I Was A Monster", que fala de um terrorista que tenta provar pra sua amada que ele luta pelo que acha certo, não importa o que ele faça, claro, acredito que o mundo irá acabar dando a ele as consequências, é a tal da lei da ação e reação, também conhecida como o karma. Temos nosso livre arbítrio, e até mesmo Light estava usufruindo do seu livre arbítrio quando tomou a escolha de escrever os nomes dos criminosos para criar um "mundo livre do mal", claro que no fim de tudo, ele acabou tendo que aturar as consequências do que ele fez. É interessante o fato do Ryukki repetir durante o anime inteiro "Como os humanos são fascinantes", realmente, somos fascinantes, o fato de cada um achar que estar certo e é melhor que o outro faz a gente lutar de uma forma bizarra. No caso visto no anime, a luta era silenciosa, feita por investigação, mas acho que Ryukki se referia também aos conflitos armados que temos no nosso mundo, ataques terroristas, e tudo pelo qual acabamos ferindo e nos destruindo só para provar que estamos mais certos e que somos melhores que o próximo. Acho que o anime mostrou a trajetória do Light como a trajetória de qualquer ser humano... Nós vivemos, lutamos a qualquer custo pelo que nós acreditamos, e no final, morremos... E tudo vira um vazio. O mundo é como um playground, e você tem ele disponível para se divertir e aproveitar (ou não) a vida como quiser... Entrando na fila pra brincar no balanço, ou então, furando-a. Achei foda a frase que o Ryukki diz no final: "Foi bom o quanto durou, aliviamos o tédio um do outro por um tempo... É Light... Foi interessante." É como a vida, tudo é vazio, e só estamos aqui matando nosso tédio de alguma forma. Agora, de uma outra visão, analizando o fato do Light determinar o que é certo e errado, muitas vezes a sociedade precisa disso, precisa ser controlada, precisa ter alguma opinião predominante em suas vidas pra ser generalizada como a verdade absoluta, claro que essa tal verdade absoluta não existe, mas é uma espécie de rédia na sociedade, se todos nós tivessemos pensamento livre, realmente, o mundo poderia beirar o caos, eu aprecio muito a idéia de livre escolha da anarquia, mas acho que não daria certo no mundo em que vivemos, não sabemos respeitar a opinião alheia, e se algum dia respeitarmos, provavelmente será tarde demais. O meu personagem favorito definitivamente foi o L, muito foda a forma como ele analisava tudo, apesar de que algumas analíses dele eram meio absurdar dele saber, mas não questiono nada, isso é ficção! Hahaha. Legal que o L veio de um orfanato de super dotados que o Watari fundou... E depois que o L morreu, tinham crianças prontas para substituí-lo como detetive, brilhante! Quem iria suspeitar de crianças? Se bem que se eu morasse no Japão, de ver o que eu vejo em animes, eu teria mais medo de crianças do que de qualquer coisa.



Foi bem legal acompanhar o anime, acho que ele não mantém o nível intenso que é mostrado no começo, mas no geral, é bem legal, me levou a refletir bastante e agir de maneira análitica, graças as investigações loucas que acontecem no desenho. Agora se coloquem na situação de Light, e se você tivesse um Death Note? Quem você mataria? Volta e meia eu me peguei pensando que se eu tivesse um Death Note mataria tais pessoas que apareceram na minha cabeça, mas acho que não preciso disso, deixem esses pedaços de carne andando por aí, se alguma merda acontecer na minha vida por causa deles, será apenas o acaso de duas energias que tem conceitos de certo e errado estarem colidindo, como eu disse... O mundo é um playground, mesmo que ás vezes o seu brinquedo preferido esteja lotado de pessoas ou então, algum valentão do parquinho tenha destruído o trepa-trepa (ok, isso foi bem sugestivo, melhor parar por aqui).

ouvindo: Dead Fish - Bem Vindo Ao Clube

Cayo.

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